Incursão à relação entre acto e conhecimento, com que se pretende aferir as dependências entre um e outro em corpos que aprendem e desaprendem, e contrapor a capacidade destes à regulação dos saberes. Interessa, por exemplo, a formação do conhecimento no acto da sua enunciação; de como corpo e contexto, potência e possibilidade, se entrecruzam para situar o que acontece; ou de como, do desconcerto entre memória e acção, o que é sabido perde sentido. Também há a confusão entre o que se sabe de uma maneira, o que se sabe de outra, e o que não se sabe porque se esqueceu. Coisas da razão, intuição, sensação e memória entrelaçadas entre si em sinestesias várias. Interessa-nos o desnorte como requisito da aprendizagem, o acaso e a vontade como meios do saber por vir; de como se aprende na ausência de pedagogias, e de como com isso se criam singularidades. Há o inconsciente, do qual pouco se sabe, e há também o outro, com O grande ou nem tanto; estranheza e abertura tanto aquém como além do reconhecimento. Este é, enfim, um estudo sobre a própria condição do estudo.
DO DESCONCERTO, POR UM LADO / DA AVENTURA, POR OUTRO

Coreografia: Carlos Manuel Oliveira
Performance: Carlos Manuel Oliveira e Daniel Pizamiglio
Cenografia: Tiago Gandra
Produção: COTÃO - Associação Cultural
Co-produção: Associação Parasita
Apoio: Fundação GDA
2017
CENOGRAFIA
CICLO NOVA-VELHA DANÇA / INCUBADORA D’ARTES DE SANTARÉM, PORTUGAL
video: Tiago Gandra